Me chamo Larissa Pfau, tenho 30 anos de idade e moro em Taió, uma pequena cidade do estado de Santa Catarina, desde quando nasci, no ano de 1983. Sou filha adotiva de Icléia Pfau e Oscar Augusto Pfau.
Como filha única, na infância sempre tive de tudo que meus pais podiam me dar, sempre fui saudável, brincalhona, sapeca, chorei, sorri, era feliz.
Com o passar do tempo, cresci e virei uma linda moça já cursando o ginásio quando conheci um rapaz. Namorei, pensando estar apaixonada, coisas de menina de 14 anos. Aos 16 anos de idade engravidei, o que foi um grande choque pra todos. Apesar de sermos novos ainda (eu com 16 e ele com 21) decidimos morar juntos, o que foi a pior coisa que fiz, pois meus pais nunca aceitaram que nós ficássemos juntos. Depois de nove meses de brigas constantes, continuamos juntos por saber que tínhamos outra pessoa em quem pensar. Dia 27 de janeiro de 2000, as 8:00 horas da manhã chegou o nascimento de uma bebezinha linda chamada Maria Eduarda; foi uma benção em nossas vidas.
O tempo passou... Dia 3 de agosto de 2003 deixei minha filha de 3 anos na casa da vó paterna e saímos para uma festa e na estrada sofremos um acidente automobilístico no qual das três pessoas que estavam só eu me machuquei, fiquei tetraplégica, um pesadelo que vivo ate hoje. Fiquei 3 meses na UTI, sem conseguir respirar sozinha, usando traqueostomia, em que uma máquina ficava ligada a mim e fazia o papel de meus pulmões, foi horrível! Houve momentos em que não se acreditava na minha recuperação(vida). Meses depois fui para reabilitação no hospital, mantido pelo governo federal, Sarah Kubitschek, em Belo Horizonte. Fiquei lá durante 1 mes, no qual aprendi coisas básicas que aconteceriam comigo enquanto estivesse nessas condições ou seja "sempre".
Depois de um tempo em casa, alguns movimentos começaram a aparecer, com fisioterapias diárias. Três anos depois do acidente meu "marido" foi embora, daí me restou apenas minha princesinha, minha filha. Meus pais como sempre estiveram do meu lado para tudo, me levaram morar com eles pois assim ficaria mais fácil de cuidar de mim, da minha filha e das moças que cuidavam de mim durante o dia, pois meus pais trabalham fora (minha mãe no Fórum e meu pai na Prefeitura).
Meu novo fisioterapeuta viu que eu tinha movimentos e que então minha medula não poderia estar rompida (ao contrário de que alguns médicos disseram), pediu alguns exames e me levou a um médico especialista. O médico achou que eu tinha alguma chance de fazer uma cirurgia para arrumar o que parecia estar com problema em minha coluna. Depois disso, comecei a ter esperanças de andar, mesmo que se não fosse pela cirurgia e sim com células tronco, mais no futuro. Para fazer a cirurgia precisei emagrecer 50 kilos, o que sem dúvidas não foi fácil. Durante esse período encontrei o amor da minha vida, uma pessoa que me deu forças para lutar. Agora teria que lutar para poder viver um grande amor com uma pessoa muito especial, que me aceitou como eu era, com defeitos e qualidades, ele se chama Paulo. Por ele emagreci, fiz a cirurgia, consegui mais movimentos e sei que com ele vou andar. Com ele quero realizar meus sonhos. Um deles aconteceu no dia 30 de abril de 2011 com nosso casamento, tudo muito especial e lindo. Sou feliz quando estou com o meu amor e sem ele já não teria mais forças para viver, sonhar, conquistar tudo o que ainda vem pela frente.
Enfim, agradeço a Deus por ter me dado uma família maravilhosa e um marido que amo muito.