quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Academia Chinesa de Ciências inicia projeto pioneiro de pesquisa em células tronco

A Academia Chinesa de Ciências (ACC) anunciou nesta terça-feira um projeto de pesquisa "estratégico e pioneiro" em células tronco e em medicina regenerativa.

O projeto visa principalmente remover as barreiras que a China enfrenta em pesquisa de células tronco, a ACC disse em sua reunião de trabalho de 2011 em Beijing.


O projeto terá como foco a pesquisa de regulamentações de células tronco, mecanismos essenciais de terapias de células tronco, e outras tecnologias principais, disse.


A ACC revelou que estabelecerá, por meio do projeto, uma plataforma a nível mundial e também uma base de pesquisa para células tronco e medicina regenerativa.


O projeto de pesquisa de células tronco é um entre oito projetos pioneiros da ACC. Os outros incluem projetos nas áreas de divisão nuclear, ciência espacial e energia limpa.

(por Xinhua)

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 Fonte: CRI online  -  26 de janeiro de 2011  -  Disponível em:

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Boné inteligente ajuda cegos a desviar de obstáculos na rua

Outras invenções como celulares e dispositivos de som também conseguem melhorar a vida dos deficientes.

Um boné inteligente, capaz de detectar obstáculos no caminho. Esta segunda-feira (13) é o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual e o Fantástico mostra como ideias simples podem dar mais mobilidade aos cegos.

“A maior dificuldade que um deficiente visual encontra quando está andando na rua são os orelhões”, afirma Markiano Charan Filho, cego de nascença.

“Para mim, são as placas”, diz Suelen de Oliveira, cega há sete anos.

“Postes e lixeiras”, diz Jorge Siemon, cego há sete anos. 

Pensando nisso, o engenheiro Gustavo Brancante, pós-graduado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), criou um boné equipado com sensores que detectam obstáculos no caminho.

A inspiração veio do filme "Matrix" e do sistema que os morcegos usam pra se orientar no escuro.

O boné emite um sinal de ultrassom, com alcance de seis metros. As ondas batem no obstáculo e retornam. O boné, então, vibra de acordo com a proximidade do objeto. Se está longe, o estímulo é sentido na frente da cabeça. Se está mais perto, o sinal é na parte de trás.

Quatro voluntários, todos cegos, topam testar a invenção, ainda em fase de ajustes.

Veja no vídeo como eles se saíram no teste.

Em Jaú, no interior de São Paulo, desde novembro, a frota de ônibus da cidade está equipada com um dispositivo que emite um aviso sonoro direcionado às pessoas com deficiência visual. A mensagem é ouvida em aparelhos.

“A cidade de Jaú hoje é pioneira nessa acessibilidade para o deficiente visual”, diz Osvaldo Franceschi Jr., prefeito de Jaú.

O ‘DPS 2000’ foi desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais. “Eu concretizei o ideal da minha vida, de dar condições ao portador de deficiência de pegar o seu ônibus, poder se locomover”, comemora Dácio Pedro Simões, autor do projeto.

“Você se sente verdadeiramente reconhecido como um cidadão”, aprova Lethicia Romaqueli, cega desde sete dias de vida.

Em Salvador, mais uma novidade. Um aparelho celular tem um aplicativo capaz de identificar notas de real. Basta fotografar a cédula e em alguns segundos o celular responde. Com isso, quem tem deficiência visual sabe que está pagando com a nota certa. O programa também identifica cores.

“É uma mão na roda pra gente fazer as atividades do cotidiano de uma forma bem tranquila”, garante Jean Abreu, cego há dois anos.

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Fonte: GLOBO.COM - Fantástico - 12 de dezembro de 2010 - Disponível em: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1635503-15605,00.html

Deficiente física volta a andar com ajuda de 'armadura'

Amanda atua como espécie de piloto de testes de um exoesqueleto criado por engenheiros da Berkeley Bionics para as Forças Armadas Americanas. Com ele, soldados conseguem levantar objetos de 90 quilos.

Imagine o que é sofrer um acidente e passar 18 anos em uma cadeira de rodas, sem poder andar. E, de repente, essa pessoa sai andando. Não é milagre. É o progresso da medicina que fez Amanda Boxter caminhar. 

 Foi um dia muito mais colorido do que qualquer um de nós poderia imaginar. Quando Amanda e o cachorro Tucker percorreram o último trecho de calçada no caminho até o laboratório foram atrás de uma expectativa que parecia perdida 18 anos atrás, desde que Amanda sofreu um acidente de esqui em uma montanha nevada. Ela sentiu uma corrente elétrica como um choque descendo pelo corpo e nunca mais mexeu nada da cintura para baixo. 

"Quando eu perdi os movimentos das pernas, um médico veio até meu quarto no hospital e disse que eu jamais voltaria a andar. Tirou toda a esperança que existia dentro de mim", conta Amanda Boxtel.  

As palavras do médico ainda latejavam na cabeça de Amanda naquela quinta-feira, até quando ela já estava ali, diante do equipamento que prometia o que talvez não fosse mais impossível, mas ainda era muito improvável. Como ela poderia andar, se quase a metade da vida foi na cadeira de rodas?

Amanda confia muito nos engenheiros da Berkeley Bionics, porque acompanha a pesquisa desde os primeiros testes. Dentro do instituto, ela viu o exoesqueleto que eles fizeram para as Forças Armadas Americanas. Com ele, soldados conseguem levantar objetos de 90 quilos como se fossem plumas, e seres humanos correm por horas e horas, incansáveis, como se fossem robôs. 

Assim, a mulher que continuou atleta até mesmo depois da cadeira de rodas virou uma espécie de piloto de testes, sempre sob o olhar atento do cachorro. "Queremos que as pessoas se levantem e andem o mais rapidamente possível", disse Eythor Bender.

Quando Amanda abandona a cadeira de rodas, começa a vestir uma tecnologia que, segundo os criadores, mistura robótica e inteligência artificial. Nas costas, está um computador de última geração, ligado a sensores que são colocados nos pés, nos joelhos e na cintura, para captar a intenção de Amanda.

“A máquina não decide sozinha”, explica o engenheiro de computação John Fogelin. "Mas, uma vez que você sinaliza que está pronto para dar o passo, você tem um computador com inteligência artificial para completar aquele movimento".

Os assistentes fazem os últimos ajustes e se certificam de que o equipamento está bem preso ao corpo da paciente. Depois de um clique no botão, chega o grande momento.

Amanda surpreende e levanta de primeira. Em seguida, testa o equilíbrio do corpo em busca de firmeza e segurança. Ela precisa de muletas. Afinal, é preciso lembrar que ela não tem nenhuma força nas pernas.

Assim que a mente de Amanda diz ao corpo que gostaria de andar, a região em volta da cintura, a última parte que ainda responde ao cérebro, transmite essa mesma ordem ao computador. Isso acontece porque os sensores traduzem os mínimos movimentos de Amanda, e a máquina diz ao robô pra andar na direção exata em que ela tentou se mexer.

Enfim, depois de 18 anos de espera, qual é o sentimento de Amanda? "Você consegue imaginar: ficar paraplégico, sempre sonhar com isso e, de repente, não ter mais que sonhar? Essa é a minha realidade", destaca a americana.

Amanda faz questão de ressaltar que está caminhando e ao mesmo tempo conversando com o repórter, sem se cansar. Ela também não sente o peso do equipamento, porque ele é feito para se sustentar por conta própria. São baterias potentes que, supostamente, aguentam um dia inteiro de caminhada.

Ainda que pareça simples, do ponto de vista tecnológico, é algo complicadíssimo. "Quanto mais você estuda o ato de andar, mais você percebe como é um modelo mecânico complexo. É um ato contínuo de cair e retomar o equilíbrio, o que é muito complicado de reproduzir em um computador", ressalta o engenheiro John Fogelin.

Mas, agora que robótica avançou muito, o software está perfeitamente afinado, e a máquina navega com perfeição. Amanda Boxter se aventura calmamente pelo laboratório.

Na cadeira de rodas desde os 24 anos e agora, aos 43, depois de fazer o que nem o médico mais otimista poderia imaginar, ela fala outra vez em esperança.

"Não existe mais razão para não sonhar. Isso está acontecendo neste momento. A percepção dos médicos sobre o futuro de paciente com paralisia mudou, seja por meio de tratamentos com células-tronco ou com a tecnologia robótica. Agora dá para dizer: 'você vai se levantar e caminhar'. E eu estou fazendo isso, desafiando todas as probabilidades", afirma Amanda.

Por fim, Amanda faz questão de exibir a conquista ao companheiro Tucker. E o dia termina com um convite inesperado para ele: vamos caminhar? 

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