quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pesquisa: 77% dos deficientes cobram respeito aos direitos

O levantamento mostrou que prédios públicos estão mais adaptados para os deficientes físicos. Mas as ruas e calçadas são o grande entrave para eles.


Pessoas com deficiência estão sem os direitos respeitados no País: é a opinião de 77% dos 1.165 portadores entrevistados numa pesquisa sobre a condição de vida dos deficientes no Brasil, preparada pelo DataSenado, entre 28 de outubro e 17 de novembro deste ano. O estudo foi elaborado a partir do cadastro do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), com 10.273 registrados.


“As pessoas se sentem sem acesso aos serviços, desrespeitadas no seu direito de ir e vir. O importante é que estão percebendo isso. Porque o preconceito ficou tão natural, como quando um deficiente físico é carregado para entrar no ônibus que não tem elevador, que as pessoas não percebem como preconceito”, observou a superintendente do IBDD, Teresa Costa D’Amaral.

O levantamento mostrou que prédios públicos estão mais adaptados, com 18% respondendo que a maioria tem acesso, do que os comerciais: 12% de respostas favoráveis. Mas, as ruas e calçadas são o grande entrave para a locomoção: 87% disseram que poucas ruas ou nenhuma via está adaptada na sua cidade. Quatro em cada 10 entrevistados deixaram de ir a algum lugar porque faltava adaptação na estrutura física.
Essa falta de adequação também compromete o lazer: 64% dos deficientes físicos e 51% dos cegos gostariam de praticar esportes, mas isso é dificultado por falta de acesso; 25% dos surdos gostariam de ir ao teatro; e 23% dos deficientes visuais iriam ao cinema, se as salas fossem adaptadas.

Atuação
O estudo aponta ainda que falta atuação mais firme do Estado na prevenção e tratamento aos deficientes: 64% consideraram que a prevenção de doenças que leva a deficiências são pouco eficientes. “A pesquisa mostra que os deficientes auditivos se sentem mais discriminados. Eles ficam mais isolados”, afirmou Teresa. “Hoje, uma prótese auditiva leva três anos para ser concedida. Quando a criança recebe, passou o primeiro momento da comunicação. Ela já fica com defasagem. É o total desrespeito”.
De acordo com o levantamento, 43% dos entrevistados disseram se sentir discriminados no ambiente de trabalho e o índice chega a 63% ente os surdos e 44% entre os cegos.

Dos entrevistados, 759 são deficientes físicos, 170 visuais e 236 auditivos. A pesquisa foi elaborada por telefone. Surdos responderam por e-mail, depois de receberem mensagem, com um filme explicativo sobre o estudo, com intérprete da linguagem de sinais. “Queríamos que ficasse o mais parecido possível com a entrevista por telefone”, explicou Teresa. (das agências de notícias)

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA
O drama que a pesquisa aponta está refletido no cotidiano das cidades brasileiras, que, de fato, expõe a falta de preocupação, de autoridades e de cidadãos, com a parcela populacional que exige cuidados especiais de todos para terem uma vida normal. Minimamente normal. 
  
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